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Missão Sertões atende cerca de 700 pessoas na Comunidade Quilombola Lage dos Negros, em Campo Formoso

Doenças crônicas, de pele e parasitose intestinal foram as principais queixas da população local (Foto: Divulgação)

A primeira edição da Missão Sertões, iniciativa da Inspirali, atendeu cerca de 700 pessoas na Comunidade Quilombola Lage dos Negros, em Campo Formoso, na Bahia. Envolvendo 24 estudantes e um time de professores da Universidade Salvador (UNIFACS), a ação ofereceu serviços como consultas, exames, cirurgias ambulatoriais e ações preventivas com foco na atenção primária de saúde, inserida no Sistema Único de Saúde (SUS).

Durante sete dias em que a equipe percorreu 11 comunidades, a maioria com difícil acesso à assistência em saúde, devido à vasta extensão territorial do município, a maioria das queixas foi de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, além de doenças de pele e parasitose intestinal. A expedição também prestou atendimentos clínicos, ações de prevenção e promoção da saúde, exames ginecológicos e cirurgias ambulatoriais. A travessia multiprofissional envolveu as áreas de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição. 

“Em um único dia fizemos atendimentos em ponto de atendimento em saúde realizado nas comunidades de Lage I e II. Nos demais, fomos adaptando de acordo com a realidade que encontrávamos em cada comunidade. Transformamos os espaços disponíveis para garantir atendimento de qualidade, desenvolvendo nos alunos capacidades de adaptação essenciais à prática profissional”, explica Flávia Guimarães, gerente acadêmica da Inspirali no Nordeste. 

Além dos atendimentos, a Missão promoveu vivências culturais e humanitárias, proporcionando aos estudantes uma visão prática e social de suas futuras profissões. “Eu vi estudantes de medicina, fisioterapia, nutrição e enfermagem darem um show de trabalho multi e até interprofissional. Egressas recém-formadas virando gigantes na arte da preceptoria, educando pelo exemplo e enchendo de segurança os nossos alunos que passaram a se enxergar por meio delas. Preceptores de enfermagem, já com alguma bagagem, se renovando em entusiasmo e doação, se deslumbrando com o significado de sua profissão”, declara. 

Preceptora médica e egressa do curso de Medicina da UNIFACS, Natália Lerner reflete sobre a importância da Missão para as comunidades quilombola atendidas. “A Missão Sertões leva muito mais do que atendimento médico a essas pessoas. É sobre oferecer esperança, acolhimento e um olhar atento. Além de tratar doenças, a missão fortalece a autoestima e a dignidade dessas pessoas, mostrando que elas são e podem ser vistas e cuidadas. Acredito que essa troca é transformadora para todos os envolvidos: enquanto levamos cuidado e conhecimento, recebemos aprendizado, gratidão e uma nova perspectiva sobre o que realmente importa”, analisa.

Foto: Divulgação

A Missão também marcou os estudantes. “Relatar a experiência da Missão Sertões envolve emoções que ultrapassam qualquer palavra. Foi uma experiência que transcendeu qualquer expectativa que eu pudesse ter. Desde o momento em que fui selecionado a integrar a equipe até o instante em que deixei aquela região, cada passo da Missão me trouxe um aprendizado profundo, tanto profissional quanto pessoal. Me ensinou que o verdadeiro significado de Missão não está apenas no que se faz, mas no impacto que se gera e no modo como saímos dessas experiências, mais humanos e mais conscientes da realidade que nos cercam e, mais ainda, sobre a profissão que escolhi seguir”, afirma Henrique Silva Santana, estudante de Medicina.

Já Letícia Machado, estudante do 11º semestre de Medicina, define a Missão Sertões como um divisor de águas em sua formação como médica e no seu desenvolvimento pessoal. “A sensação de chegar todos os dias e ver aquelas pessoas nos esperando era indescritível. Conforme os atendimentos avançavam, elas se abriam pouco a pouco, compartilhando seus medos, inseguranças e dificuldades. Foi uma experiência única, que me permitiu uma imersão na vida dessas pessoas”, afirma.

Missões

A Missão Sertões integra a Travessia Humanitária da Inspirali que envolve as 15 escolas do ecossistema. Desde 2022, já foram realizadas Missões nacionais, regionais e internacionais sendo 9 Missões Amazônia, abrangendo os municípios de Santarém, Belterra e Aveiro, no Pará; 1 Missão África, em Benin; 3 Missões Rio Grande do Sul, quando houve as enchentes em maio deste ano; e 1 Missão Jequitinhonha. As Missões humanitárias da Inspirali fazem parte do currículo acadêmico das escolas de medicina e possibilitam uma aprendizagem diferenciada, fora da sala de aula. 

Mais informações – https://www.inspirali.com/impacto-social/

Comunicativa Associados

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