A relação entre o PDT e o União Brasil pode estar mais estremecida do que parece. Após alguns desentendimentos entre lideranças das legendas, o “ex-pedetista histórico”, deputado estadual Roberto Carlos, hoje no PV, protestou e indicou que irá trabalhar pelo retorno do PDT à base do governo do Estado.
“É inaceitável a forma como o União Brasil tem tratado o partido ao qual fui filiado por muitos anos e onde meu filho Randerson Leal ainda está, na condição de vereador de Salvador”, protestou o parlamentar. O posicionamento de Roberto Carlos se dá após o presidente do PDT da Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, publicar nas redes sociais um texto no qual ressalta que o partido não vai se curvar a outra legenda, prometendo se “afastar de alianças que são danosas aos nossos ideais”. O recado seria do União Brasil, que articula para tirar do ninho pedetista a vereadora Débora Régis, pré-candidata do PDT à Prefeitura de Lauro de Freitas.
“Tenho mantido conversas com Félix sobre as eleições municipais, inclusive tratando da filiação de prefeitos. O caminho natural é que o PDT retome a aliança com o PT, como já aconteceu no âmbito nacional. Os caciques do União Brasil não respeitam aliança, eles querem subserviência”, pontuou o parlamentar.
Além dele, outro nome ligado à gestão estadual e que integra o PDT, o prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro, foi na mesma linha. Questionado pelo Bahia Notícias, Pinheiro revelou que irá buscar a migração do apoio.
“Historicamente, sempre marcharmos ao lado do PT, do governo estadual. Em 2022, por pequenas diferenças locais e o projeto nacional, a cúpula estadual do partido tomou um rumo diferente, mas está na hora de nos reaproximarmos. O PDT é um partido de esquerda, e precisa ser respeitado. Eu tenho aconselhado Félix a abrir o diálogo com o governo Jerônimo Rodrigues (PT), de quem nunca deixei de ser aliado e apoiei em 2022, assim como sou parceiro também do meu deputado federal. Vou insistir nisso com ele”, disse ao BN.