O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio baiano, calculado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), teve incremento nominal de 64% no terceiro trimestre de 2024, em relação ao mesmo tri de 2023, totalizando R$ 114,4 bilhões. Na decomposição da taxa, observou-se retração de 1% no volume, porém, os preços experimentaram uma elevação de 66%, contribuindo para a forte expansão final do segmento. Todo esse movimento contribuiu para que o agronegócio alcançasse participação de 26,5% do PIB – maior nível para o 3º trimestre na série histórica.
Segundo a equipe de Contas Regionais da SEI, o principal fator de elevação do agronegócio foi a forte alta no nível de preços da agropecuária, particularmente das commodities agrícolas. O nível de preços do conjunto de todos os agregados componentes do agronegócio cresceu 66%, com destaque para as variações observadas nas cotações do boi gordo – a arroba passou de R$ 215,00, no terceiro trimestre do ano passado, alcançando R$ 250,00 no período analisado, em Feira de Santana.
Esse movimento foi favorecido pelo abate de fêmeas, uma vez que não era atrativo produzir bezerros, culminando numa redução da oferta de boi gordo. Além disso, exportações brasileiras de carne vêm batendo recordes este ano. Por último, contribuiu a elevação de renda, impulsionada pela redução do desemprego e a valorização do salário mínimo, estimulando o consumo geral, que pressionam os preços para cima.
Outro produto que teve forte contribuição na elevação dos preços do agronegócio foi o café. Eventos climáticos, como seca e excesso de chuvas, têm causado queda na produção e baixa nos estoques de café no mundo todo. Como consequência, o Brasil deve fechar o ano de 2024 com um volume exportado de 50 milhões de sacas, batendo recorde histórico. A conjunção desses fatores impulsionou uma alta significativa nos preços, com a saca do café despolpado, em Vitória da Conquista, aumentando de R$ 830,00, no terceiro trimestre do ano passado, para R$ 1.570,00, no mesmo período deste ano. As perspectivas são de que esse quadro se mantenha para o próximo ano por conta da expectativa de queda na safra nacional – devido à baixa florada provocada pela estiagem e altas temperaturas.
Por fim, destaca-se ainda as fortes oscilações nas cotações do cacau. A seca tem castigado Gana e Costa do Marfim, maiores produtores de cacau do mundo, reduzindo a oferta mundial do produto, fato que tem impactado nos preços do produto em nível mundial. No terceiro trimestre de 2023, o preço futuro da tonelada do produto em Nova Iorque era de US$ 3.600,00, passando para US$ 8.000,00 no período em análise. Isso refletiu no mercado interno, onde a arroba passou de R$ 265,00 para R$ 780,00, em Ilhéus e Itabuna.
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