O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) e o prefeito eleito de Goaiânia, Sandro Mabel (União Brasill), foram condenados nesta quarta-feira (11) por abuso de poder político durante o processo eleitoral deste ano. Ambos foram declarados inelegíveis por oito anos. Cabe recurso da decisão.
A decisão foi da juíza eleitoral Maria Umbelina Zorzetti e está relacionada a dois jantares realizados no Palácio das Esmeraldas, sede do governo de Goiás, nos quais Caiado teria promovido encontros com vereadores eleitos e não eleitos, além de outros líderes políticos da cidade. O objetivo dos encontros, segundo a decisão, era buscar apoio para Mabel no segundo turno das eleições municipais de Goiânia, quando Mabel e o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL) disputavam o pleito.
De acordo com a sentença, Caiado teria solicitado aos participantes dos jantares que se deslocassem para suas regiões eleitorais e incentivassem seus eleitores a apoiar Mabel, prometendo que, caso o candidato de seu apoio fosse eleito, os problemas locais seriam resolvidos, dado o respaldo do governador.
“Resta claro pela prova constante nos autos que o investigado Ronaldo pediu aos vereadores eleitos e seus suplentes que voltassem em suas regiões para pedir votos para o investigado Sandro e que deveriam contar para os eleitores que seus problemas estariam resolvidos caso Sandro fosse eleito, já que ele tinha o apoio incondicional do governador do Estado”, escreveu a juíza na decisão.
Além da inelegibilidade, a juíza determinou que Ronaldo Caiado pague uma multa no valor de R$ 60 mil, enquanto Sandro Mabel foi condenado a pagar R$ 40 mil.
As defesas de Caiado e Mabel poderão recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) e, posteriormente, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A assessoria do governador informou que ele se manifestará sobre a sentença em uma entrevista coletiva marcada para a tarde de hoje.
Pré-candidato à presidência da República em 2026 e aposta de ACM Neto (União Brasil), Caiado era um dos trunfos da direita e especialmente da sua legenda, o União Brasil. A inelegibilidade pode mudar os planos do partido para a próxima eleição presidencial.
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