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Israel realiza ataques contra usina nuclear iraniana de Fordow após EUA, diz mídia local

Agência de Fordow com sinais de destruição após ataques dos EUA. — Foto: Satellite image ©2025 Maxar Technologies / AFP

A mídia do Irã afirmou que Israel está atacando nesta segunda (23) a instalação nuclear de Fordow, que foi um dos principais alvos dos ataques dos Estados Unidos no fim de semana. Um porta-voz da Sede de Gestão de Crises da Província de Qom disse à agência de notícias Tasnim que Fordow foi atingida mais uma vez.

Já os jornais israelenses afirmam que o ataque foi contra a estrada de acesso à instalação nuclear.

O local é complexo por ser uma instalação subterrânea, na qual Israel não possuía bombas para penetração de bunkers e no solo. Como apenas os EUA tinha, o governo americano foi instado a entrar no conflito.

O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, disse que a expectativa é que os ataques americanos do fim de semana tivessem causado ‘danos muito significativos’ ao local, especialmente pela natureza sensível à vibração das centrífugas.

Apesar disso, ele comentou que não é possível saber as extensões dos danos internamente e dentro do solo.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou nesta segunda-feira (23) que as Forças Armadas do país estão atacando os alvos no Irã com ‘força sem precedentes’ buscando atingir os ‘órgãos de repressão governamental no coração de Teerã’.

Em um comunicado, Katz disse que imagens seriam divulgadas em breve:

‘Para cada [míssil] disparado contra a retaguarda israelense, o ditador iraniano será severamente punido, e os ataques continuarão com toda a intensidade. Continuaremos a agir para defender a retaguarda e derrotar o inimigo até que todos os objetivos de guerra sejam alcançados’, continua.

As Forças israelenses disseram que os ataques atingiram a sede da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. A informação foi divulgada pelo porta-voz do Exército do país, Effie Defrin.

Petróleo sob tensão

Estreito de Ormuz. — Foto: Reprodução

Estreito de Ormuz. — Foto: Reprodução

A semana começa com o petróleo em alta por causa da retaliação do Irã aos bombardeios dos Estados Unidos a instalações nucleares. O Congresso iraniano aprovou uma resolução que pede o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde passam diariamente cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no mundo.

A medida ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Ali Khamenei, mas a possibilidade de bloqueio gera preocupação com a oferta global da commodity.

Nas últimas horas, o preço do barril de petróleo disparou mais de 5% e atingiu 81 dólares e 40 centavos. As principais bolsas asiáticas também operaram em queda nesta madrugada.

Segunda será marcada por reuniões sobre o conflito

Trump e líder supremo do Irã, Ali Khamenei. — Foto: ALEX WONG / KHAMENEI.IR / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

Trump e líder supremo do Irã, Ali Khamenei. — Foto: ALEX WONG / KHAMENEI.IR / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

A Agência Internacional de Energia Atômica convocou para esta segunda (23) uma reunião de emergência em Viena, na Áustria, para discutir a situação no Irã.

Segundo o governo Donald Trump, os bombardeios atingiram a usina nuclear de Fordow; os prédios e túneis de armazenamento de material enriquecido de Isfahan e a central de combustíveis da usina de Natanz. O Irã informou que havia retirado o material nuclear antes do ataque americano às instalações.

Nesse domingo (22), os Estados Unidos admitiram que não sabem o paradeiro do estoque de urânio do Irã.

No décimo primeiro dia da guerra, novos ataques nas últimas horas atingiram infraestruturas militares iranianas no Oeste do país. Segundo a agência Reuters, seis aeroportos de três regiões diferentes do Irã também foram bombardeados.

No primeiro pronunciamento após os ataques americanos, o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, disse que o inimigo sionista cometeu um erro grave e um grande crime; e deve ser punido. O governo iraniano reafirmou nesta segunda (23) que vai manter o programa de enriquecimento de urânio.

Nos Estados Unidos, contrariando declarações do próprio gabinete, o presidente Donald Trump sugeriu que está nos planos da Casa Branca mudar o regime de poder no Irã.

A Espanha anunciou nesta segunda-feira (23) que vai pedir à União Europeia o embargo de armas a Israel e a suspensão imediata dos acordos comerciais com Tel Aviv, além de sanções individuais a quem se opõe à solução de dois Estados com a Palestina.

Em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU fez uma reunião de emergência, mas não chegou a votar uma resolução sobre o fim imediato do conflito, como queriam países europeus.

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