Reprodução/BNewsO cantor Flávio José, um dos ícones do tradicional forró nordestino, se apresentou neste domingo (22) no Camaforró, uma das maiores festas juninas da Região Metropolitana de Salvador. Após o show, o artista falou com a imprensa e voltou a comentar uma declaração recente em que diz se sentir “usado” quando o tema é o investimento no forró tradicional nas festas de São João.
“Todos os anos a gente olha o repertório e vê o que está de fora. E pensa: ‘Mas como essa música ficou de fora?’ Mas aí bate a dúvida: ‘O que vai sair pra essa entrar?’. Então a gente acaba mantendo”, explicou Flávio, citando músicas como Mensageiro e Beija-Fogo, que ele incluiu de forma improvisada no repertório da noite.
Sobre o atual cenário do forró, o artista afirmou que pesquisas apontam que o público da música nordestina ainda é majoritário, mas que isso pouco se reflete nas programações dos eventos: “Até onde vamos entender isso e mudar, eu não sei. Enquanto isso, eu aprendo a conviver”, desabafou.
Apesar das críticas, Flávio José celebrou a participação no Camaforró: “É uma vitrine maravilhosa. Muitas pessoas estavam esperando esse show. Acho que a gente respondeu bem”, disse.
Aos 70 anos, o cantor revelou que se prepara com cuidados simples para aguentar a maratona de apresentações: “O segredo é passar o dia calado, dormindo e tomando bastante água até três horas antes do show. Ainda tenho mais dois hoje”.
No fim, ao comentar novamente a sensação de ser colocado como um “representante único” do forró em festas que investem pouco no gênero, ele lamentou: “O público nosso não vai, fica em casa. A gente canta e ninguém nem olha, esperando quem vem depois. Mas estou aprendendo a conviver. Deixa pra lá isso aí”.
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