
Desde sua posse, a onda de tarifas comerciais prometidas por Donald Trump contra países aliados e inimigos dos Estados Unidos não parou de crescer. Algumas já estão em vigor, outras ainda estão na fase de ameaça, mais ou menos iminente.
Veja a seguir um resumo dos planos de Trump em relação às tarifas aduaneiras — uma forma que os governos usam para tornar produtos importados menos competitivos internamente—, com datas prometidas de entrada em vigor e países no alvo. Mas é bom lembrar que esses planos do presidente americano que mudam quase diariamente em sua retórica.
4 de fevereiro: China
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Menos de duas semanas após sua posse, Donald Trump anunciou, em 1º de fevereiro, que imporia tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México e um adicional de 10% sobre todos os bens chineses, a partir de 4 de fevereiro. Os três países prometeram retaliar imediatamente.
Washington prevê uma taxação menor sobre o setor energético do Canadá, de 10%, devido à sua importância para as importações americanas.
Canadá e México conseguiram um adiamento de 30 dias na última hora. A China não obteve o mesmo benefício. O gigante asiático anunciou, em represália, novas barreiras aduaneiras a produtos dos Estados Unidos.
O adiamento obtido por mexicanos e canadenses expira em 4 de março, e Donald Trump afirmou na quinta-feira que as tarifas entrarão em vigor conforme o cronograma previsto.
Ele também anunciou que os Estados Unidos aumentarão ainda mais as tarifas sobre produtos chineses, em 10%, nessa mesma data.
O presidente acusa os três países de permitirem a entrada de fentanil nos Estados Unidos: seus vizinhos, por não garantirem a segurança da fronteira de forma suficiente, segundo ele.
No caso da China, a tarifa se deve, de acordo com Trump, ao fato de ser o país de onde saem as substâncias químicas usadas na fabricação desse opioide sintético que causa estragos em solo americano. No entanto, a China é vista como a principal rival dos EUA economica e geopoliticamente, de acordo com o ideário de Trump.
12 de março: aço e alumínio
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Em fevereiro, Donald Trump assinou decretos para impor tarifas de 25% sobre aço e alumínio que entrarem nos Estados Unidos a partir de 12 de março.
Ele alega querer proteger as indústrias nacionais, pois acredita que foram prejudicadas “pelas práticas comerciais desleais e pelo excesso de produção global”.
Essa medida tem o maior potencial contra o Brasil até agora, já que o país é o segundo exportador de aço para os EUA.
2 de abril: ‘tarifas recíprocas’ e novos alvos
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O presidente americano afirmou na quinta-feira que mantém a intenção de impor tarifas “recíprocas” aos parceiros comerciais dos Estados Unidos a partir de 2 de abril.
Para ele, isso significa reduzir as disparidades: se um produto americano for taxado em 40% ao entrar em um país, Washington imporá o mesmo nível de tarifas na direção oposta.
Além dos impostos de importação, Donald Trump também mira barreiras não tarifárias, como regulamentos que penalizam produtos americanos ou o imposto sobre valor agregado (IVA) dos europeus, um tributo sobre as compras dos consumidores (independentemente do local de produção), geralmente mais alto do que nos Estados Unidos.
Ele também ameaça impor tarifas sobre automóveis, produtos farmacêuticos e madeira para construção.
Na última quarta-feira, Trump ameaçou impor tarifas de 25% sobre produtos da União Europeia (UE), sem especificar uma data. Ontem, ele se encontrou com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e afirmou que os dois países estão assinando um acordo comercial “muito bom”.