43% das mulheres que chefiam Secretarias estaduais e de capitais já foram vítimas de violência de gênero. A informação é dos institutos Alziras, Aleias, Foz e Travessias Políticas Públicas. O estudo ainda traz que 93% das vítimas sofreram violência psicológica e 1 em cada 3 delas foi vítimas de violência sexual.
33% das secretárias negras já foram vítimas de violência física, ao passo que, entre as mulheres brancas, o número foi de 22%. Esses números indicam que, mesmo que a quantidade de secretárias brancas seja 33% maior do que a de secretárias negras, a quantidade delas que foi vítima de violência física é praticamente a mesma.
Metade das entrevistadas preferiram não relatar os casos de violências, enquanto apenas 15% recorreram a instâncias oficiais e denunciaram os casos.
O levantamento ouviu 67% das 341 mulheres que estiveram à frente de Secretarias de governo entre dezembro de 2023 e março de 2024. Segundo os institutos, os principais responsáveis pela violência de gênero sofrida pelas secretárias no exercício de sua função foram colegas de trabalho e membros de partidos políticos.
PERFIL DAS SECRETÁRIAS
Segundo a pesquisa, a maior parte das mulheres em Secretarias de estados e capitais são brancas, casadas, entre 40 e 59 anos, católicas, com um ou dois filhos. Além disso, a maioria delas indica que a sobrecarga doméstica é uma das maiores dificuldades enfrentadas.
Mesmo estando em cargos de destaque, 54% delas são responsáveis também pelos trabalhos domésticos e 6 em cada 10 alegam que as atividades de cuidado são empecilhos às suas funções públicas.
Em relação ao perfil étnico, 57% das secretárias se identificam como brancas, enquanto 38% se identificam como negras. As indígenas e asiáticas representam, respectivamente, 3% e 2% das secretárias. 53% delas ocupam cargos em pastas estaduais e 44% em Secretarias municipais.
BN