Dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, a Meta começou nesta quinta-feira a incluir assistentes pessoais de inteligência artificial nas redes sociais. A ferramenta, chamada de Meta AI, está disponível em inglês em treze países e vai permitir que os usuários façam perguntas e interajam com o sistema diretamente dos aplicativos, o que vai incluir o acesso a informações da internet em tempo real e criação de imagens.
O lançamento, além dos EUA, acontece para usuários da Austrália, Canadá, Gana, Jamaica, Malawi, Nova Zelândia, Nigéria, Paquistão, Cingapura, África do Sul, Uganda , Zâmbia e Zimbábue. Segundo a empresa, esse “é apenas o começo”. Ainda não há data para a liberação no Brasil. “Estamos trabalhando para lançá-lo em mais locais este ano, mas não temos nada de novo para compartilhar no momento”, afirmou a companhia, em comunicado.
Além do Meta AI integrado diretamente ao Instagram, Facebook, Messenger e WhatsApp, a empresa também anunciou que terá uma versão web do robô, que poderá ser acessada diretamente do computador. O sistema é semelhante ao ChatGPT, da OpenAI: o usuário tem uma caixa onde pode interagir com a IA, fazer perguntas e gerar conteúdos, incluindo imagens.
Em um vídeo nas redes sociais, o CEO e fundador da Meta, Mark Zuckeberg, afirmou que a IA seria a “mais inteligente” disponível hoje no mercado. Ele destacou que o assistente virtual poderá acessar conteúdo atualizado disponível nos buscadores Bing e Google, além de poder criar imagens de “alta qualidade”:
— Nosso objetivo é desenvolver a IA líder do mundo e fazer com que ela esteja disponível para o mundo inteiro — disse o executivo.
Os robôs integrados as redes sociais serão alimentados pelo Llama 3, modelo de linguagem (LLMs) mais potente da empresa, lançado também nesta quinta-feira. Os LLMs funcionam como uma espécie de “cérebro” por trás dos modelos de IA. Comparado ao Llama 2, a nova versão traz mais eficiência para codificar linguagem e tem um desempenho melhor para compreender interações e criar conteúdo, de acordo com a companhia.
Como irá funcionar o Meta IA nas redes
Na prática, com o assistente virtual, as redes sociais da Meta vão ter a IA generativa embarcada em suas funcionalidades.
No WhatsApp e no Messenger, o usuário poderá conversar com o robô em uma caixa de diálogo semelhante a de um contato convencional, segundo o exemplo apresentado pela companhia. Além de texto, o usuário vai poder pedir informações sobre informações atualizadas e criar imagens.
O robô também irá aparecer dentro da função de buscas de todas as redes sociais (na função “pesquisar”). “Você pode acessar informações da internet em tempo real sem precisar alternar entre aplicativos”, explica a empresa. Entre exemplos de uso, a Meta cita a possibilidade do usuário pesquisar voos ou buscar por receitas.
No Instagram, o Meta AI também poderá ser ativado nos chats entre usuários. Em uma conversa, será possível digitar “@Meta Ai” – e aí interagir com a IA e compartilhar o conteúdo dela com o interlocutor. O sistema poderá responder a pedidos como “Encontre um lugar para um picnic em São Francisco” ou “Crie a imagem de um apartamento com mobílias modernas”.
O assistente virtual também irá aparecer na navegação dos usuários pelo feed do Facebook como um novo botão. Em uma faixa abaixo das publicações no Facebook, irá aparecer uma opção de interação chamada “Ask Meta AI” (“Pergunte ao Meta AI”), com sugestões de perguntas relacionadas com o conteúdo da postagem.
Em um vídeo de música publicado no Facebook, por exemplo, irá aparecer sugestões de perguntas como “Como aprender a tocar violão” ou “Quais acordes comuns no Jazz?”. Quando o usuário clica no assistente virtual, uma janela de conversa com o robô é aberta.
WhatsApp terá gerador de imagens animadas
Juntas, as redes sociais da Meta somam mais de 3 bilhões de usuários. O objetivo de incluir a IA nas plataformas da companhia havia sido anunciado por Zuckerberg no fim do ano passado, durante a conferência Meta Connect 2023. O avanço da empresa nos chatbots acontece em meio a corrida das big techs para implementar IA generativa em seus sistemas e serviços.
Com a pesquisa em tempo real, a empresa pode gerar concorrência não só para o ChatGPT, da OpenAI, mas também para o próprio Google, em um momento em que usuários mais jovens já busca alternativas para fazer pesquisas.
A Meta irá expandir também os recurso de criação de conteúdo visual, a partir de comandos simples de texto. Uma das novidades é que as imagens vão começar começar a aparecer ao mesmo tempo em que o usuário digita os detalhes do conteúdo que quer. O recurso, chamado “Imagine” já está disponível no WhatsApp para usuários dos EUA.
A ideia é que a ferramenta mostre o processo de criação da IA enquanto ele acontece. As imagens, em tese, vão se moldar com o texto em tempo real, segundo exemplos divulgados pela Meta.
Junto as novidades, a empresa também divulgou um comunicado em que trata da “abordagem responsável” para o lançamento dos recursos com inteligência artificial. A empresa cita a implementação de filtros nas solicitações que os usuários enviam e nas respostas geradas pelo modelo e também ajustes no modelo para aumentar a assertividade da ferramenta.