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Arqueólogos encontram espada viking de 3 mil anos, na Alemanha

A espada de bronze Viking ajudou a entender como era a vida daqueles guerreiros no sul da Alemanha — Foto: Archäologie-Büro Dr. Woidich / Sergiu Tifui

A descoberta de uma espada viking da Idade do Bronze permitiu aos arqueólogos reconstruir um momento crucial na história do interior da Alemanha, ocorrido há 3 mil anos. Esta arma foi considerada uma prova do poder militar e influência dessa população guerreira. A escavação ocorreu no sítio arqueológico da cidade de Nördlingen, no estado da Baviera.

A descoberta deste tipo de espadas é comum nos países escandinavos, onde a presença viking teve sua maior concentração. No entanto, por ser um povo navegante e colonizador, expandiu-se por diferentes territórios do norte da Europa continental, inclusive até as ilhas britânicas. Esta espada é um exemplo das outras encontradas até o momento, apenas suas condições resultaram únicas.

As escavações começaram em 2023, lideradas pela Oficina Estatal de Conservação de Monumentos da Baviera, conforme relatado pela mídia especializada Archaeology News, sobre uma série de túmulos funerários. Durante o trabalho realizado lá, depararam-se com os esqueletos de um homem, uma mulher e uma criança. Ao lado do adulto masculino estava esta espada em perfeito estado, o que foi estranho para os arqueólogos da região, pois durante a antiguidade e o século XIX, essas tumbas foram saqueadas.

A espada de bronze Viking ajudou a entender como era a vida daqueles guerreiros no sul da Alemanha — Foto: Archäologie-Büro Dr. Woidich / Sergiu Tifui
A espada de bronze Viking ajudou a entender como era a vida daqueles guerreiros no sul da Alemanha — Foto: Archäologie-Büro Dr. Woidich / Sergiu Tifui

No entanto, além da arma, também havia outros elementos de bronze, como acessórios próprios dos ritos funerários celtas. Estima-se que sua origem remonta ao século XIV a.C. A espada apresenta um punho octogonal através da sobreposição do cabo sobre a lâmina. Quanto à lâmina, não mostrou sinais de impacto, então acredita-se que possa ter sido fabricada para ser enterrada com a família. Até se especula que os restos pertencem a um alto funcionário militar.

A importância da descoberta para entender a expansão viking

Esta descoberta pertence ao patrimônio cultural e histórico da Baviera (e de toda a Alemanha), pois marca a passagem dos vikings por sua cultura. A espada foi submetida a investigação para determinar se sua origem pode ter sido local ou importada.

Por enquanto, ajudou a entender que na época existiam três centros de distribuição deste tipo de espadas fabricadas com características semelhantes no norte da Europa continental: ao norte e sul da Alemanha e um terceiro na Dinamarca.

Cena de "Vikings" — Foto: Divulgação
Cena de “Vikings” — Foto: Divulgação

Isso trouxe à luz as habilidades metalúrgicas da cultura Urnfield, que surgiu em 1300 a.C e derivou de uma evolução anterior conhecida como Tumulus. A especialidade desta comunidade foi o desenvolvimento de armaduras e armas de bronze.

Atualmente, a espada está sob posse do Gabinete de Arqueologia Dr. Woidich, local que realiza a pesquisa deste tipo de objetos, com o objetivo de conhecer a liga que a compõe. Ao mesmo tempo, os esqueletos foram removidos do sítio para posterior conservação e estudo antropológico.

A presença viking na Alemanha

Segundo a Universidade de Aarhus, da Dinamarca, em 2012 foi descoberta a primeira cidade viking ao norte da Alemanha, em Füsing, o que evidenciou a expansão desse povo pela região. Além disso, forneceu informações valiosas sobre a organização militar e o planejamento urbano da mesma.

A espada de bronze Viking ajudou a entender como era a vida daqueles guerreiros no sul da Alemanha — Foto: Archäologie-Büro Dr. Woidich / Sergiu Tifui
A espada de bronze Viking ajudou a entender como era a vida daqueles guerreiros no sul da Alemanha — Foto: Archäologie-Büro Dr. Woidich / Sergiu Tifui

Por sua vez, em Haithabu, Schleswig, há um museu ao ar livre construído sobre um sítio arqueológico viking do século X; uma amostra de como era e funcionava aquele centro comercial há mais de 1100 anos. Isso indica que a presença no país germânico estava estabelecida ali há vários séculos antes.