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Juazeiro e Petrolina seguem o movimento crescente da fila nacional para atendimento nas Agências do INSS

Foto Ney Vital redegn

A Bahia tem  cerca de 193.761 processos parados no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O número faz com que o estado tenha a quarta maior fila de pessoas que aguardam a conclusão de seus requerimentos no Brasil. A espera dos resultados é um problema na vida de muitos baianos, e tem aumentado progressivamente nos últimos meses.

A REDEGN visitou na manhã desta quarta-feira (12) e constatou que o problema aflige Juazeiro. Existe fila virtual para pericias medicas presenciais já agendadas para abril de 2026. Detalhe: a Agencia INSS Juazeiro abarca  atendimento também de pessoas dos Estados de  Sergipe, Alagoas, Piauí e Ceará. Tem pessoas com atendimento marcado para outubro de 2026.

A REDEGN enviou questionamentos para a assessoria de imprensa do INSS mas até o momento não obteve respostas.

De junho a agosto, dados mais recentes do INSS em todo o Estado, cresceu a quantidade de pessoas na fila – ou seja, que estão no aguardo da análise previdenciária. O aumento foi de encontro com a queda registrada entre abril e junho (de 202.860 para 178.927 pessoas), mas reforçou a subida dos três primeiros meses do ano (de 188.132 para 205.697).

Entre as categorias, se destaca o número de pessoas na fila para receber benefício por incapacidade: 96.794, dos quais 39.747 haviam solicitado em até 45 dias e 57.047 há mais de 45 dias. O prazo máximo para análises de benefícios pelo INSS é, por lei, de 60 dias. O tempo previsto pela legislação para as perícias, por sua vez, é de 45 dias.

Com 958.946 solicitantes no aguardo, o Nordeste é a região com a maior fila de espera dos benefícios. A Bahia, com mais de 190 mil processos em análise ou parados, corresponde a 20.2% do índice da região, atrás apenas do Ceará.

Segundo Valdemir Medeiros, secretário de Administração e Finanças do Sindicato dos Servidores Federais da Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Sindprev), o motivo da fila extensa é a falta de servidores.

“A dificuldade é o número de peritos. É uma quantidade muito grande de pessoas solicitando. Tem gente que hoje está esperando o benefício e sai de Salvador para fazer perícia em Santo Amaro, por exemplo, e vem gente de Santo Amaro fazer em Salvador. Outro dia veio uma pessoa de Ribeira do Pombal fazer perícia em Salvador, porque o sorteio não é feito aqui”, diz.

O movimento crescente segue a tendência da fila nacional. Em todo o Brasil, 2,6 milhões de pessoas esperam o benefício, de acordo com os dados mais recentes do INSS. Desde dezembro de 2024, a fila vem aumentando mês a mês.

Esse comportamento tem preocupado especialistas que trabalham com previdência social. O advogado Rodrigo Maciel, especialista em demandas contra o INSS e em planejamento previdenciário, pontua alguns dos fatores que causaram o atraso nas análises nos últimos meses.

“A greve dos peritos, que impactou diretamente nas análises médicas de requerimentos de benefícios por incapacidade; necessidade de biometria na análise de benefícios assistenciais como o LOAS, o que causa mais lentidão no processo; quadro de pessoal reduzido; e a suspensão do Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB) em outubro”, diz.

Vale salientar Zerar a fila do INSS foi uma das promessas de campanha do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  

Segundo o presidente do INSS, Gilberto Waller, o insituto não consegue acompanhar o aumento da demanda, mas a expectativa é que a fila diminua com os mutirões, a atualização do sistema e novos peritos.

“O INSS vem recebendo é 1,3 milhão de novos pedidos normalmente por mês. A gente tem uma capacidade normal de atividade de 1,1 milhão, 1,2 milhão. Esse mutirão consegue, na verdade, trazer essa diferença existente e também possibilita trazer a fila, pessoas que tão agendadas 2026 para agora no final de 2025”.

redegn

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