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Irã e Egito rejeitam ação da Fifa para associar jogo da Copa do Mundo à pauta LGBTQIA+

Foto: Divulgação / Adidas

Irã e Egito comunicaram à Fifa na última terça-feira (9) que não aceitam a proposta de associar o confronto entre as duas seleções, válido pela fase de grupos da Copa do Mundo de 2026, a ações de apoio à comunidade LGBTQIA+. A partida está marcada para Seattle, uma das cidades-sede do Mundial e conhecida por abrigar uma comunidade LGBTQIA+ numerosa nos Estados Unidos.

A iniciativa, divulgada por veículos internacionais, previa que o duelo do Grupo G — que também conta com Bélgica e Nova Zelândia — fosse identificado como o “Pride Game”, medida planejada antes mesmo do sorteio realizado na última sexta-feira, em Washington.

O presidente da Federação Iraniana de Futebol, Mehdi Taj, classificou a proposta como inadequada e afirmou que tanto o Irã quanto o Egito manifestaram oposição.

Segundo a imprensa estatal iraniana, a federação pretende levar o assunto formalmente à Fifa. A legislação do país, baseada na sharia, proíbe relações homoafetivas e prevê punições severas nesses casos, o que influencia diretamente o posicionamento político e esportivo da delegação.

A Associação Egípcia de Futebol informou ter enviado uma carta ao secretário-geral da Fifa, Mattias Grafstrom, rejeitando qualquer atividade relacionada ao tema durante a realização da partida. A entidade citou os estatutos da federação internacional, que tratam da neutralidade em eventos esportivos, argumentando que competições oficiais não devem ser usadas para promover pautas consideradas “sensíveis”.

Embora o Egito não criminalize explicitamente relações entre pessoas do mesmo sexo, autoridades utilizam dispositivos legais amplos, como os que tratam de “depravação”, para punir comportamentos associados a LGBTQIA+.

A Copa de 2026 será disputada nos Estados Unidos, Canadá e México. O torneio marcará a sétima participação do Irã em Mundiais. A relação diplomática entre Teerã e Washington permanece suspensa desde 1980, o que interferiu inclusive no processo preparatório: o Irã havia anunciado que não participaria do sorteio devido à recusa americana em conceder vistos a parte da delegação. No fim, o país acabou representado pelo técnico Amir Ghalenoei e poucos dirigentes.

BN

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