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Glauber Braga é retirado à força da Mesa Diretora da Câmara e ato provoca crise entre deputados

Foto: Reprodução/TV Câmara

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) protagonizou uma cena de tensão na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (9), ao ocupar a cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e se recusar a deixar o local. A Polícia Legislativa foi acionada e retirou o parlamentar à força, após prolongada resistência. Motta informou que caberá ao plenário analisar uma possível cassação do mandato de Glauber.

A TV Câmara interrompeu a transmissão no momento da confusão. Sentado na cadeira da presidência, Braga afirmou que permaneceria “até o limite das minhas forças”. Nas redes sociais, vídeos mostram o deputado sendo arrastado por agentes legislativos. Em seguida, o plenário foi esvaziado e o acesso da imprensa ao Salão Verde foi restringido.

Após ser retirado, Glauber concedeu entrevista e criticou o corte da transmissão. “Nunca tinha visto a Câmara cortar o sinal da TV Câmara para impedir que as pessoas acompanhassem o que estava acontecendo. A única coisa que pedi ao presidente Motta foi que tivesse 1% do tratamento que deu àqueles que sequestraram a Mesa por 48 horas”, disse, referindo-se ao protesto recente da oposição. Segundo ele, o ato desta terça buscava mostrar que “ninguém pode se render”.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, tentou convencer o psolista a encerrar o protesto antes da ação da Polícia Legislativa. Ele criticou o que chamou de gesto autoritário da presidência da Casa. “Expulsar a imprensa remete aos períodos mais sombrios da ditadura militar”, afirmou. Para Lindbergh, Motta tem “conduzido os trabalhos de forma temerária, cedendo às pressões da extrema-direita”.

Na oposição, a reação foi distinta. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) condenou o ato de Glauber e comparou com a ocupação feita por parlamentares oposicionistas em defesa da anistia. “Nós estávamos ali por uma pauta maior do que nós mesmos e de forma pacífica. Ele está ali por causa dele. Isso mostra egoísmo e individualidade”, disse. Nikolas também mencionou o processo de cassação contra o psolista por suposta agressão no Parlamento. “Imagina se sou eu? Já estaria cassado há muito tempo”, afirmou.

Bahia.ba

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