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Governo lança programa para intensificar busca por criminosos de alta periculosidade

Foto: Ascom PCBA

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou nesta segunda-feira (8) o Programa Captura, iniciativa que pretende acelerar a identificação e a prisão de criminosos considerados de alta periculosidade em todo o país. A proposta, apresentada pelo ministro Ricardo Lewandowski, foca no cumprimento de mandados estratégicos para o enfrentamento de organizações criminosas e para a redução da violência.

Coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o programa reúne, pela primeira vez, uma lista integrada com os 216 foragidos mais procurados do país, disponível no portal gov.br/captura. A seleção dos nomes segue critérios definidos pela Portaria nº 570/2023, regulamentada neste ano pelo Despacho nº 80/2025. Cada estado indicou oito alvos considerados prioritários, com base em uma matriz de risco que analisa a gravidade dos crimes, vínculos com facções, quantidade de mandados pendentes e atuação interestadual.

A iniciativa também prevê a cooperação direta da população por meio de denúncias anônimas aos números 190 e 197. Segundo o MJSP, o objetivo é ampliar a capacidade de localização de foragidos ao integrar informações de diferentes unidades federativas e estimular operações conjuntas.

Integração nacional e foco regional

O Programa Captura foi estruturado como ação permanente do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), articulando polícias civis e militares e unidades de inteligência estaduais e federais. A lista de procurados, segundo o ministério, deve facilitar o compartilhamento de dados, acelerar diligências e reforçar operações interestaduais.

De acordo com a portaria, o cadastro poderá passar por atualizações semestrais ou, em casos específicos, a qualquer tempo — medida que busca manter o banco alinhado ao comportamento dinâmico das organizações criminosas.

No Rio de Janeiro, estado considerado destino frequente de foragidos de outras regiões, o MJSP instalará uma célula operacional do programa. A estrutura funcionará como apoio direto às polícias locais, com troca ágil de informações e atuação conjunta em operações de captura.

Capacitação e padronização

O ministério afirma que o programa também pretende fortalecer a qualificação das equipes encarregadas de cumprir mandados, com intercâmbio de práticas entre forças policiais e ações de formação profissional. A estratégia busca consolidar padrões de atuação e reduzir falhas no processo de localização e detenção de alvos prioritários.

Novo sistema de inteligência

Paralelamente ao lançamento do programa, Lewandowski instituiu o Sistema Nacional de Inteligência para Enfrentamento ao Crime Organizado (Orcrim), previsto na Portaria nº 847/2025. O mecanismo cria um repositório seguro de informações para integrar bancos de dados e unificar metodologias de identificação de suspeitos ligados a facções.

O acesso será exclusivo às agências de inteligência da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, das polícias civis e militares, das secretarias estaduais de segurança e dos sistemas penitenciários. A coordenação ficará sob responsabilidade da Senasp, que também definirá normas de operação e tratamento de dados.

bahia.ba

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