
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do fim da escala 6×1 durante sua fala no Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, realizado nesta quinta-feira (4). O tema já foi debatido em Salvador, em audiência pública que contou com a presença da deputada federal Érika Hilton (PSOL), autora da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
A proposta, que envolve alterar o modelo de jornada predominante em grande parte do comércio e dos serviços, reacendeu debates sobre qualidade de vida, custos trabalhistas e organização das empresas.
Segundo Lula, não é justo que o trabalhador brasileiro tenha apenas um dia de folga por semana. “O bem mais valioso para um ser humano é o tempo. Tempo além do trabalho”, afirmou o presidente, em postagem feita no X (antigo Twitter).
Ele destacou que o bem-estar da categoria precisa ser prioridade, permitindo descanso, convivência familiar e acompanhamento do crescimento dos filhos. “O povo trabalhador brasileiro merece o fim da escala 6×1”, completou.
Se aprovada pelo Congresso Nacional, a mudança prevê reorganização das folgas e ampliação do descanso semanal, o que deverá impactar diretamente empregadores e trabalhadores, exigindo ajustes nos quadros de pessoal e nos modelos de gestão.
O que muda com o fim da escala 6×1?
Com o novo formato, empresas deixariam de operar com seis dias consecutivos de trabalho para apenas um de descanso.
A jornada passaria a ser distribuída de forma mais equilibrada ao longo da semana, garantindo ao menos dois dias de folga dentro de um período determinado.
A proposta tem como objetivo melhorar a qualidade de vida, reduzir desgaste físico e emocional e aumentar a produtividade.
Impactos nos setores econômicos
Especialistas afirmam que o fim da escala 6×1 exige uma reformulação imediata dos cronogramas de trabalho e pode gerar aumento temporário de custos, especialmente em atividades que funcionam diariamente, como supermercados, shoppings, bares e restaurantes.
Por outro lado, entidades trabalhistas defendem que a mudança pode trazer ganhos à saúde dos trabalhadores, diminuir afastamentos e melhorar o clima organizacional.
Novo modelo exigirá reorganização interna
A nova dinâmica também exigirá mais atenção ao cumprimento da carga horária semanal prevista na legislação, evitando extrapolação de horas extras e sobrecarga.
Empresas que operam com rodízio de equipes poderão precisar ampliar contratações ou redistribuir tarefas para manter o funcionamento integral.
Ambientes mais humanizados
A expectativa é de que o novo modelo incentive ambientes de trabalho mais humanizados e contribua para a redução do adoecimento ocupacional.
Segundo estudos, o impacto total dependerá da capacidade de adaptação das empresas e da fiscalização das novas regras.
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