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Windows 10 vs. Windows 11: qual é melhor? Veja o que muda entre as versões

Windows 10, embora lançado em 2015, ainda é o mais utilizado pela maioria dos usuários, superando o Windows 11 e compondo 62% da base da Microsoft, mesmo com suporte oficial estando previsto para encerrar em outubro de 2025. A preferência por um sistema operacional com quase dez anos não significa, necessariamente, que ele seja superior, mas que existem diferenças que justificam esta opção. Os motivos vão de instabilidades a requisitos mínimos para instalar a versão mais recente do software, incompatível com outros mais antigos. Pensando nisso, o TechTudo preparou um comparativo detalhado entre o Windows 10 e o Windows 11, visando esclarecer qual delas é melhor ou mais recomendada para cada caso. Confira.

Windows 10 vs. Windows 11: qual é melhor? Veja o que muda entre as versões — Foto: Laura Storino/TechTudo

Processo de desenvolvimento

Um primeiro ponto a se considerar no duelo Windows 10 vs. Windows 11 é o próprio processo de desenvolvimento dos dois sistemas operacionais, pois esses bastidores são responsáveis pela maioria das diferenças mais impactantes entre as duas versões. A premissa básica da arquitetura de hardware x86, padrão mais utilizado por PCs domésticos, é preservar estruturas básicas de processamento e operacionalização de dados desde os primeiros chips Intel 8086. Isto significa que, a cada processador novo, apenas eram adicionados novos componentes, aceleradores e conjuntos de instruções para garantir mais desempenho, sem comprometer a compatibilidade com softwares anteriores.

Quando a Microsoft lançou o Windows, ela manteve essa mesma premissa da arquitetura de hardware ao desenvolvimento de seu sistema operacional, justamente para toda nova versão conseguir executar aplicações compatíveis com versões anteriores. O problema é que isso resulta em um acúmulo de códigos justapostos que raramente são utilizados, apenas para, caso sejam necessários, eles estejam ali presentes. Por mais que a empresa tenha revisitado e “limpado” alguns desses códigos, tirando eles da base do sistema e alocando em camadas de compatibilidade, a fundação do sistema até o Windows 10 era muito antiga, sendo bem próxima da do Windows 7, de 2009.

Para o desenvolvimento do Windows 11, a Microsoft optou por uma abordagem diferente, baseando o sistema em uma fundação totalmente nova, criando os códigos “do zero”. Na prática, a base do novo sistema era muito mais limpa em termos de códigos desnecessários e as funções de compatibilidade foram adicionadas posteriormente, não como a essência do sistema, como havia sido feito até então. Dessa forma, foi possível entregar uma versão com inovações reais, código-fonte mais limpo e, até certo ponto, mais fácil de identificar e corrigir erros, mas também mais sujeito a falhas que já tinham sido resolvidas em versões anteriores.

Design e interface

O conceito de criar um código original foi transportado para o restante do projeto e passou a ser a premissa básica do Windows 11: trazer uma experiência completa, só que mais limpa, acessível e intuitiva, com menos camadas entre o usuário e as funções do sistema. No caso da interface básica, o design geral foi repaginado para trazer linhas suaves, cantos arredondados e outras funcionalidades para tornar o “visual” do sistema mais moderno.

Interface do Windows 11 traz cantos arredondados e linhas suaves em aplicativos nativos e janelas do sistema — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio
Interface do Windows 11 traz cantos arredondados e linhas suaves em aplicativos nativos e janelas do sistema — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio

Isto se refletiu principalmente nos menus de sistema, como o “Painel de Controle”, que mantinha a mesma estética e proposta de agregar todas as configurações de sistema em uma janela quadrada, de alto contraste e com ícones simplificados e opções em cascata desde o Windows 3.11, apenas com poucas modificações. No Windows 11, todos os menus e janelas herdados de versões antigas foram sendo removidos gradualmente, conforme essas configurações eram integradas ao novo menu de configurações.

Algumas aplicações ainda utilizam a estética antiga, mas, geralmente, são softwares de terceiros, como o “Painel de Controle” Nvidia ou ferramentas de sistema avançadas pouco utilizadas por usuários comuns, não justificando a atualização. Contudo, o “Painel de Controle” do Windows já está praticamente vazio se comparado ao do Windows 10 e, mesmo ícones e configurações que ainda aparecem ali, direcionam para janelas de configurações acessíveis por meio do menu atualizado em algum dos novos agrupamentos.

Interface do Windows 11 mantem design anterior apenas em aplicações pouco utilizadas ou softwares de terceiros — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio
Interface do Windows 11 mantem design anterior apenas em aplicações pouco utilizadas ou softwares de terceiros — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio

No quesito acessibilidade, o Windows 11 se destaca com recursos como “Live Captions”, que geram legendas em tempo real para conteúdos de áudio, “Voice Access”, trazendo controle por comandos de voz e o “Modo Foco” (Focus Sessions), que limita as notificações e outras distrações da interface para auxiliar a manter a concentração. A função de “Leitura de Tela” (Screen Reader), para usuários cegos ou com baixa visão, já estava presente em versões anteriores do sistema, tendo sido mantida no W11.

Menu Iniciar e barra de tarefas

A abordagem repaginada do Windows 11 substituiu o “Menu Iniciar” do Windows 10 por uma janela de atalhos, similar às gavetas de aplicativos de smartphones, e centralizou a barra de atalhos para melhorar a visualização, ficando muito parecida com a barra de sistemas Apple com macOS e Chromebooks com Chrome OS. Tecnicamente, a Microsoft já havia testado uma interface parecida com o Windows 8, quando ainda tentava emplacar os Windows Phone, mas a baixa demanda de mercado e o fracasso dos smartphones com Windows fez com que a empresa retomasse o padrão original no Windows 10, utilizando o recurso apenas como uma camada de compatibilidade separada e nem sempre muito simples de utilizar, já que o teclado virtual do sistema era muito rudimentar.

Interface do Windows 10 contava com linhas duras e cantos quadrados para identificar separação entre elementos — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio
Interface do Windows 10 contava com linhas duras e cantos quadrados para identificar separação entre elementos — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio

No entanto, conforme a demanda por sistemas híbridos começou a crescer, a estética tradicional passou a ser um ponto fraco do Windows neste cenário, pela obrigatoriedade de utilizar mouse e teclado para ter uma experiência completa minimamente eficiente. Ao identificar esse movimento de mercado ainda na era do Windows 10, mais que apenas modernizar a estética do sistema, o visual atualizado visava melhorar a compatibilidade do Windows 11 a sistemas com tela de toque. Isso abriu margem para evoluir a experiência do usuário em produtos como notebooks 2 em 1, os próprios tablets profissionais MS Surface, e, mais recentemente, encontrou um novo nicho de mercado de mini PCs portáteis, como o Lenovo Legion Go e Asus Rog Ally.

Barra de tarefas e Menu Iniciar do Windows 11 foram reformulados para se assemelhar a de outros ecossistemas — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio
Barra de tarefas e Menu Iniciar do Windows 11 foram reformulados para se assemelhar a de outros ecossistemas — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio

Tecnicamente, ambos os sistemas trazem integração com aplicativos, principalmente os instalados por meio da Loja Microsoft, e acesso rápido a recursos importantes. A diferença é que o Windows 10 traz uma apresentação familiar a de versões anteriores, amenizando a curva de aprendizado para quem já utilizava o Windows, mas o Windows 11 conta com uma interface geral mais intuitiva e amigável, principalmente considerando tecnologias mais modernas.

Desempenho

Talvez uma das maiores vantagens do Windows 11 em relação ao Windows 10 é que, por trazer um código mais limpo, o desempenho geral do sistema é mais eficiente, apesar de não ser necessariamente mais rápido. A diferença fica na forma como os recursos disponíveis são alocados para os processos, reduzindo o uso de memória e processamento em tarefas de segundo plano desnecessárias ou redundantes para acomodar outros processos diferentes. Em termos de velocidade do sistema, o resultado varia conforme as especificações, com o Windows 10 sendo mais rápido em algumas tarefas e o Windows 11 se sobressaindo em outras.

Isto porque otimizar tarefas não implica, necessariamente, que ele será mais leve, tanto que seus requisitos mínimos são mais exigentes, mas quando sobram recursos em PCs mais poderosos, a tendência geral é que o Windows 11 tenha um desempenho médio mais fluido. Por outro lado, a fundação nova limita bastante o desempenho e estabilidade em aplicações mais antigas, como em jogos, sendo este um dos pontos que justifica a preferência de alguns pelo Windows 10. O W11 até tem camadas de compatibilidade para rodar programas antigos, mas elas são bem menos competentes do que as presentes no W10 de maneira geral.

Usuários ainda buscam o Windows 10 pois ele não limita tanto o desempenho e a estabilidade em aplicações mais antigas — Foto: Luana Marfim/TechTudo
Usuários ainda buscam o Windows 10 pois ele não limita tanto o desempenho e a estabilidade em aplicações mais antigas — Foto: Luana Marfim/TechTudo

Mais que apenas jogos antigos, muitas empresas, universidades, centros de pesquisa e até serviços públicos dependem de sistemas integrados a equipamentos com tecnologias legado, com barramentos descontinuados ou softwares, bancos de dados e servidores mais antigos. Tanto que muitas dessas instituições operam com versões ainda mais antigas do Windows, geralmente Windows NT ou Windows 2000 nos níveis de infraestrutura. Contextos desse tipo fazem com que o Windows 11 até seja uma escolha perfeitamente possível, só que mais sujeita a eventuais falhas de compatibilidade, principalmente dependendo dos softwares utilizados.

Recursos

Já em termos de recursos, a versão mais recente do Windows 11 é bem mais rica, trazendo uma série de funcionalidades e ferramentas exclusivas. O exemplo em maior evidência atualmente é, sem dúvidas, o Microsoft Copilot, assistente de inteligência artificial (IA) da empresa baseado em modelos de linguagem LLM da OpenAI, como o GPT-4, associados a modelos proprietários da Microsoft. Por mais que muitas tarefas do assistente sejam executadas em ambiente web, não utilizando o processamento do PC, cada vez mais a big tech está trazendo tarefas específicas para execução local, investindo pesado nas parcerias para os Copilot PCs, com NPUs e recursos de IA embarcados.

Como o requisito de sistema do Windows 11 por si só já é superior ao do Windows 10, o custo necessário para trazer recursos de IA modernos para um sistema operacional que será descontinuado em breve não se justifica, fazendo com que o Copilot enquanto ferramenta seja exclusivo do Windows 11.

Microsoft Copilot é recurso exclusivo do Windows 11 — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio
Microsoft Copilot é recurso exclusivo do Windows 11 — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio

Outro recurso exclusivo, mas nada novo, são os Widgets, que permitem criar painéis interativos e experiência adaptável sob medida diretamente ao desktop. A Microsoft já havia implementado os Widgets no Windows XP e Windows 7, com o nome “Gadgets”, e removeu a funcionalidade nas últimas versões do sistema, pois, até então, elas funcionavam como aplicativos dedicados rodando em pano de fundo.

Os Widgets do Windows 11 são apenas aplicações web based rodando em camadas integradas do Microsoft Edge, consumindo muito menos recursos e não dependendo de instalação e plugins. Isso faz com que o deploy de atualizações seja mais simples, por ocorrer apenas na ponta dos servidores e não na máquina do usuário, além de não ocupar espaço de armazenamento local.

Widgets, versão moderna dos Gadgets do Windows XP, retornam ao Windows 11 como aplicações web — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio
Widgets, versão moderna dos Gadgets do Windows XP, retornam ao Windows 11 como aplicações web — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio

Outra diferença ainda entre os recursos é a integração nativa e otimizada ao Microsoft Teams, plataforma para gerenciamento de equipes e ferramentas corporativas baseada no ecossistema Microsoft Office 365. No Windows 10, o Teams precisa ser instalado separadamente e muitas vezes apresenta lentidão e instabilidade, enquanto no Windows 11 ele é identificado como uma ferramenta do sistema, já com todas as devidas permissões garantidas para entregar uma experiência geralmente mais fluida.

Segurança

Os Windows 10 e 11 são bastante similares no quesito de recursos de segurança, com ambos trazendo o Microsoft Windows Defender . O antivírus é uma ferramenta nativa integrada a ambos os sistemas e, por essa razão, já vem configurado com os níveis de privilégio necessários para oferecer uma proteção em tempo real básica tão eficiente quanto a de antivírus gratuitos de outras empresas. Contudo, a ferramenta integrada dos dois sistemas operacionais da Microsoft é suficiente para a maioria das ameaças menores, com recursos de controle de acesso de usuários, firewall e opções de criptografia para proteger dados confidenciais.

 Windows Defender está disponível em ambos os Windows — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio
Windows Defender está disponível em ambos os Windows — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio

No entanto, o Windows 11 implementa novas tecnologias de segurança que o tornam ainda mais robusto, como o requisito do TPM 2.0 (Trusted Platform Module), chip de segurança que aumenta a proteção contra ataques de firmware e malware sofisticado, garantindo um nível básico de segurança em todos os dispositivos compatíveis com o Windows 11. O chip começou a ser introduzido em placas-mãe a partir de 2014, para alguns modelos com chipset Intel Skylake, e 2017 nas placas AMD para os primeiros Ryzen. Isso faz com que PCs com placas mais antigas ou sem a versão mais moderna do chip de segurança sejam incompatíveis com o Windows 11, sendo esta outra razão para muitos usuários sequer conseguirem atualizar seus sistemas para a nova versão.

TPM 2.0 e Secure Boot são requisitos obrigatórios do Windows 11 — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio
TPM 2.0 e Secure Boot são requisitos obrigatórios do Windows 11 — Foto: Reprodução/Daniel Trefilio

Outro recurso avançado importante do Windows 11 é o Secure Boot, que impede a inicialização de softwares maliciosos durante o processo de inicialização do sistema, barrando o acesso de ataques no nível da BIOS. Apesar de estar presente em ambos os sistemas, ele é um requisito obrigatório, sendo ativado por padrão no Windows 11 durante o processo de instalação e configuração do sistema, enquanto no Windows 10 é opcional. Usuários mais familiarizados com as configurações de segurança ativam geralmente o Secure Boot também no Windows 10, mas, para um usuário médio, é possível que essa configuração seja ignorada, deixando o PC exposto a ataques perigosos, como de sequestro de dados (ransonwares).

Windows 10 vs. Windows 11: qual é melhor?

Tomando por base o apanhado geral entre cada um dos tópicos abordados, o Windows 11 é um sistema mais eficiente que o Windows 10 para a maioria dos usuários. Diferente das versões anteriores, o sistema foi pensado para se acomodar melhor às demandas futuras do ecossistema de PCs domésticos, deixando um pouco de lado o quesito da compatibilidade com aplicações antigas. Tanto em termos de design, interface e usabilidade geral, o Windows 11 é mais limpo, intuitivo e amigável, possibilitando que a curva de aprendizado para se adaptar ao sistema seja mais suave.

Por outro lado, pensando na premissa básica da arquitetura x86, cuja essência é a retrocompatibilidade, o Windows 10 é uma opção mais segura e com menos chances de falhas e inconsistências rodando aplicações antigas. Mesmo com o Windows 11 trazendo camadas de compatibilidade relativamente competentes, muitas vezes é preciso recorrer a máquinas virtuais e emuladores para garantir uma boa experiência, criando mais etapas e exigindo configurações avançadas que, geralmente, são mais simples na versão anterior. A interface do Windows 10, mesmo que mais complexa para o usuário médio, é mais familiar para veteranos, sendo um ponto menos relevante, mas também divisivo.

Independente das escolhas pessoais de cada usuário, o Windows 10 terá seu suporte oficial encerrado em outubro de 2025, fazendo com que ele deixe de receber atualizações. Ainda que isto não represente um problema de imediato, a falta de updates abre precedentes para que sejam criadas vulnerabilidades que coloquem em risco os PCs com o sistema. Sendo assim, mesmo com alguns problemas, o Windows 11 acaba sendo uma escolha mais segura para quem está montando um PC, já que ele ainda deve ser atualizado por alguns anos após a chegada do Windows 12, prevista também para outubro de 2025.

Com informações de GeeksForGeeksHowToGeekMakeUseOf, Neowin (12), StatcounterTechTargetWindows Central

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