
Um avião de combate dos EUA foi abatido no Mar Vermelho, em incidente que o Pentágono classificou como um raro episódio de “fogo amigo”. Os dois pilotos conseguiram se ejetar e foram resgatados sem maiores ferimentos, mas o caso ilustrou os desafios da ofensiva contra os houthis no Iêmen, que transformou a área em um terreno extremamente perigoso.
Em comunicado, o Comando Central dos EUA, responsável pelas operações militares do país na região, afirmou que “o cruzador de mísseis guiados USS Gettysburg, que faz parte do grupo de ataque do porta-aviões USS Harry S. Truman , disparou por engano e atingiu o [caça] F/A-18”. A aeronave havia decolado poucos minutos antes e participou de ações contra o território iemenita — de acordo com o Comando Central, os pilotos foram resgatados, e um deles sofreu ferimentos leves.
Contudo, os militares não explicaram como os tripulantes do cruzador Gettysburg confundiram um avião de caça dos EUA com potenciais alvos inimigos, como mísseis e drones lançados pelos houthis e aliados. Segundo o Comando Central, o grupo de combate foi atacado por projéteis lançados do Iêmen, e pontuou que os operadores dos sistemas de defesa por vezes têm poucos segundos para tomar uma decisão.

Pouco depois do incidente, os houthis afirmaram, no sábado, que realizaram “vários ataques” contra o porta-aviões, e que “derrubaram” um caça F-18, “frustrando um ataque inimigo” contra seu território.
Desde o início do conflito na Faixa de Gaza, os houthis, uma milícia armada que controla parte do Iêmen, realizam ataques contra embarcações no Mar Vermelho, comerciais e militares, e lançam mísseis e drones contra Israel — segundo o grupo, aliado do Irã e do Hamas, a ofensiva só terminará após o fim do conflito no enclave palestino. Desde outubro do ano passado, mais de 100 navios foram atacados, sendo que um foi sequestrado e dois afundados.
Para conter a ação da milícia, os EUA, amparados por outros países, estabeleceram uma força naval no Mar Vermelho, e a intensidade dos combates é citada por lideranças militares e especialistas como os mais intensos enfrentados pela Marinha americana desde a Segunda Guerra Mundial. O governo israelense também realizou uma série de bombardeios em solo iemenita, citando a proximidade dos houthis com o Irã.















