Após a circulação de novas informações envolvendo a “Abin paralela” nesta quinta-feira (11), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou envolvimento com o esquema investigado pela Polícia Federal e disse ter sido vítima de um crime cometido por “pessoas de dentro” da Receita Federal que teriam acessado aos seus dados ilegalmente.
“O grupo especial de Lula na Polícia Federal ataca novamente. Na ocasião em que eu fui vítima de criminosos que acessaram ilegalmente os meus dados sigilosos na Receita Federal, eles conseguem transformar isso em uso da Abin para me auxiliar de alguma forma”, afirmou.
O comentário de Flávio foi feito após a divulgação de detalhes da investigação da Polícia Federal sobre o uso político da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sob Jair Bolsonaro (PL). Há, entre outras, suspeitas de ações clandestinas contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e tentativa de blindar filhos do ex-presidente de investigações.
“O que eu ouvi dizer, eu não tenho nem certeza se aconteceu, é que foi instaurado um procedimento administrativo disciplinar contra esses criminosos da Receita e que uns dez foram punidos. Parece que tinha uma força-tarefa do crime dentro da Receita contra mim”, disse Flávio.
Flávio também afirmou que a denúncia contra ele foi arquivada por questões processuais, sem relação com o mérito das investigações —o que, segundo ele, demonstra que não há relação entre a defesa jurídica feita à época e a Abin.
“Nada a ver com qualquer coisa da Abin. Eu não posso correr atrás dos meus direitos de vítima que eu fui de criminosos de dentro da Receita Federal que isso é usado contra mim. Faça-me o favor. Isso eu não vou aceitar.”
A Folha procurou o gabinete de Ramagem, mas não houve resposta até a conclusão desta reportagem. A defesa dos alvos dos mandados de prisão e buscas expedidos pelo STF e cumpridos pela PF nesta quinta não foi localizada pela reportagem.
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